terça-feira, 31 de maio de 2016

Dia 27 - Benavente - Alija de los Infantados - 20,6 km



Acordei tarde... 8:00hs. Como o trecho era curtinho, esperei abrir algum bar para tomar café antes de sair. Dia lindo, sinalização boa, um único bar (medonho) em uma vila no meio do caminho.


Caminhei um pouco tensa hoje. Não vi nenhum peregrino, e apertei o passo.
Quase na entrada de Alija senti uma fisgada na face externa do tornozelo esquerdo.  Ainda bem que o albergue estava próximo. Mas, me preocupou bastante. Dorzinha suportável, porém pode significar encrenca.  Das grandes.


 Reencontrei uma peregrina alemã que não via há mais de 20 dias! Ela me emprestou uma pomada de Voltarem. Tomei um comprimido, fiquei deitada um pouco, mas a fome venceu o medo e fui procurar um lugar para comer.



 A Marlies me viu saindo e foi junto... tipo apoio moral muito frequente entre peregrinos. No caminho havia uma farmácia... o farmacêutico garantiu que passando a pomada, amanhã eu estaria boa para andar. Mais uns passos e encontramos outro peregrino que nos mostrou a igreja e as ruínas de um castelo. Algumas risadas e fotos depois, meu tornozelo estava incrivelmente melhor! É... Como o psicológico interfere. Impressionante.

Vou aproveitar o wifi do restaurante e finalizar meu diário aqui mesmo. O albergue é bem isolado, não tem wifi por perto e quando voltar não sairei mais. Fui.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Dia 26 - Granja de Moreruela - Benavente - 31,5 km


Que dia intenso!! Tipo montanha russa. Foi duro me despedir dos peregrinos que foram pelo caminho Sanabres.  Achei que estaria sozinha pelos 4 dias finais da via de la plata até Astorga.  Mas me sobrou um holandês maluco para fazer companhia.




Trecho fantástico hoje. Pouco usado pois  pouquíssimos peregrinos vão para Astorga.  Muitas das setas estão encobertas pelo mato, e em algumas partes mal se vê o caminho. Fiquei agradecida pela companhia.
Aquele tempinho de chove e pára continua por aqui, atrapalhando a vida de peregrino.  Mas até que passou rápido. 


Lento foi atravessar a periferia de Bonavente.  Sinalização péssima na estrada da cidade para variar. E chegando ao albergue que fica na saída, havia um impresso avisando que as chaves estavam na oficina de turismo. Cadê a oficina? ? Ô vida dura. Lá fomos para o centro monumental. Uma subida atrás da outra até chegar na catedral. E nada da oficina. Depois de 30 km cada passo é custoso. Perdi o holandês de vista... começou a chover de novo... ai meu Deus! Olhei para cima e... Hostal Universal. Demorô! Deixa o albergue todo para o holandês que eu vou ficar por aqui.  Amanhã é certo que nos encontraremos ou no caminho ou no próximo albergue. Tem banheiraaaaaa! Me afundei na água quente por 1 hora e depois fui conhecer a cidade.






Me avisaram no hostal que poderia conhecer o Parador.  Hotel chicão que funciona no castelo. Tirei onda no bar que fizeram em uma das torres bebendo um vinho.






E no bar, fiquei sabendo que havia menu para peregrinos no restaurante 5 estrelas!  Nooooooooó!  Imagina se eu iria perder essa. De sandálias havaianas com um pouquinho de barro nas barras da calça (a outra estava secando no hostal), entrei no salão espetacular com aquele passinho característico de peregrino... e jantei sozinha como uma rainha no meio da granfinagem. O Menu tinha assinatura. Em outros tempos, ou compraria uma roupa para jantar lá, ou só iria se tivesse companhia, ou ficaria constrangida. Meu Deus, como eu era besta.



domingo, 29 de maio de 2016

Dia 25 -Montamarta - Granja de Moreruela - 22,4 km








Bela noite de princesa em um quarto com calefaćão só pra mim. Tomei um café reforçado e caí na estrada.
Manhã gelada com vento forte. Chuva que ia e vinha. Vc veste a capa, o sol aparece e com o calor do exercício começa a suar. Tira a capa. Começa a chover. Veste a capa. Sol. O chato disso, é que para vestir a capa, tem que tirar a mochila... São muitas presilhas. Primeiro tem que afrouxar, soltar e depois ajustar tudo...

Passei por lugares interessantes hoje. Pena que a chuva atrapalhou as fotos. Nos 22 km havia um bar. Nojento. Não deu coragem de comer ou usar o banheiro. Mas cheguei em Granja de Moreruela.  Faltando uns 200mts caiu uma chuva sem aviso prévio.  Me ensopou enquanto vestia a capa! Pqp! Cheguei no albergue gelada e tinha fila para o banho. Só tinha vaga para as camas na parte de cima dos beliches. Não tem cozinha... Ô dia duro! Mas, peregrino que é peregrino só agradece. E eu sou! Larguei a mochila e fui esfriar a cabeça na praça. Esfriar as idéias pq a cabeça estava congelada. Bateu o sino da igreja. Missa. Bora lá. É raro estar nas pequenas cidades nos dias em que o padre celebra. Eles fazem rodízio nos pueblos. As pessoas aqui gostam de ver peregrinos na missa. No caminho francês não ligavam. O padre gente boa abençoou meu Tao.












Amanhã me despeço dos amigos que seguirão pelo caminho Sanabres. Na verdade, acho que só eu vou até Astorga... Muitos comentaram que o caminho francês está cheio demais. Por isso preferem ir pelas montanhas. Mas quero completar a Via de la Plata. E só de pensar em chegar a Astorga outra vez meu coração se aquece. E ainda vou encontrar uma amiga em León! Ebaaaaaaa!!!!
Ps: apareceu um guia aqui no albergue e arrastou a mim e mais 3 peregrinos para visitar as ruínas de um Monasterio. Caraca!  Valeu todo o perrengue de hoje! Fui!

sábado, 28 de maio de 2016

Dia 24 - Zamora - Montamarta - 18 km


Poxa... o Albergue Municipal de Zamora surpreendeu em tudo. Na prédio romano, nos beliches novos, altos ( vc não bate a cabeça cada vez que senta ) e sem ruídos, na ceia gratuita e alegre, no puta café da manhã,  e no despertador. Vc acorda com um crescente canto gregoriano.  Vontade de ficar! Mas nem tente pq não pode.  Uma tarde, uma noite e tem que cair fora.





No caminho até Montamarta,  nada de novo... Estradinha de terra em meio à plantações de cevada.


Montamarta é feiosa, mas, ao redor da igreja é muito simpática. Uns 30mts do hostal em que estou .  O albergue é fora da cidade... Os outros peregrinos devem estar por lá.  Pq  aqui só estamos eu e a austríaca Christine.
Não tem wifi aqui e por isso vamos traçar um Menu de Peregrino no restaurante. Aproveito para atualizar o blog...


Mas, antes,uma passadista na igreja e rolou uma novena. Claroooo que me infiltre.  E fiz amizade com as senhoras. Adoro!!!