Em 2014, resolvi que faria o Caminho de Santiago. Não
consigo de maneira alguma me lembrar de onde saiu a ideia. Não sou religiosa...
não curto Paulo Coelho... e nem conhecia a Espanha. Só sei que iniciei um treinamento
pesado para fortalecimento muscular e condicionamento físico. Academia. Um
porre. Odeio, mas, fiz. Camelei meses ao lado das ciclovias de São Sebastião e
Ilhabela. Fiz várias trilhas pesadas da região (peguei gosto!). Sabia que seria
uma experiência única, do tipo que a maioria dos amigos e familiares chamam de
loucura.
E um ano depois, em junho de
2015, lá fui eu para uma cidadezinha no sul da França chamada Saint Jean Pie de
Port. Foram 775 km pelo Caminho Francês até
Santiago de Compostela e depois mais uns tantos até Finisterre. Morros, montanhas, campos, desertos, (eles
chamam de mesetas) vales, trilhas, autopistas, hortas, plantações ... chuva,
frio e calor de matar. Dormindo em albergues, a pé e carregando minha mochila. Levei
40 dias. 40 maravilhosos dias.
Centenas de kilômetros depois, com dezenas de novos amigos
de infância, algumas bolhas e certamente muito mais minha amiga, cheguei ao final da
peregrinação sabendo que nada seria como antes. E que teria muitas saudades do
Caminho de Santiago. Eu estava certa.
Sendo assim... Vou de novo! A partir do dia 5 de maio
estarei na rota chamada Via de La Plata. Sai de Sevilha e se funde com o
Caminho Frances nos arredores de León, totalizando 1.000 km redondinhos até
Santiago. Esta rota além de mais longa, é menos frequentada por conta da dureza
das etapas. Algumas chegam a quase 40 km por dia...
E eu também preciso.
As fotos desta postagem se referem ao Caminho Francês, realizado em junho/julho de 2015